domingo, 8 de novembro de 2015

Antônio e Cleópatra

«Tenho, acaso, nos lábios a serpente?»

«Como! Caíste! Se te separaste da natureza assim tão gentilmente, é que o golpe da morte é como aperto de namorado, que machuca um pouco mas sempre é desejado. Estás tranqüila? Se assim te foste, é porque ao mundo contas que digno ele não é de despedida.»

«É sabido que nós, os grandes, somos responsáveis por quanto os outros fazem, e que, quando caímos, nosso nome serve para cobrir o alheio mérito.»

«De mim própria fui a conquistadora.»

«Canção à Bacanal:
Vem depressa, rei do vinho, 
nédio Baco em desalinho. 
Acabemos com as dietas em tuas tinas repletas, 
e grinaldas de teus ramos em torno à fronte ponhamos. 
Mais vinho! Que vire o mundo! 
Mais vinho! Que vire o mundo!»

«Demora não é recusa.»

«Se os deuses poderosos forem justos, hão de amparar quem se mostrar mais justo.»

«Oh inexperiência de minha mocidade, quando verde eu tinha o juízo e frio o sangue!»

«Neste instante Antônio murmura: “Acaso onde estará minha serpente do velho Nilo?” É assim que ele me chama. Agora vivo de um veneno raro. De mim se lembrará, que os amorosos raios do ardente Febo enegreceram e que enrugada vai me deixando o tempo? César de fronte larga, quando neste solo estiveste eu era apetecível para qualquer monarca, tendo o grande Pompeu parado para olhar-me a fronte. Ali quisera ele ancorar os olhos e morrer contemplando a própria vida.»

«Se o capricho não fosse vosso súdito, diria que sois ele em carne e osso.»

«Se virdes que está triste, dizei que estou dançando; se contente, que me vi atacada de mal súbito.»

«O que o desprezo muitas vezes atira para longe, reaver desejaríamos.»

«Assim como aperta o coração ver mal casado um belo rapaz, mata de tristeza ver um rústico sem cornos.»

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